Os quadros apresentados neste blogue são para venda, com excepção dos que estão marcados como colecção particular.
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31 dezembro 2014

Estuário do Rio Cávado...um paraíso!


 Tarde de sol...sol de Inverno...poucas pessoas... maré baixa...tudo se conjuga para um passeio agradável e boas fotografias!
   Esta é a informação sobre esta zona privilegiada para a observação de aves marinhas nestes meses de Inverno:

 
  O meu percurso foi a pé desde a zona perto do edifício de Socorros a Náufragos até à ponta onde o Rio Cávado se junta ao Oceano Atlântico. A zona ficou muito beneficiada pelo passadiço que acompanha o braço do Rio até à foz. O facto de ser baixa-mar ajudou a que se juntassem bastantes aves nas partes a descoberto do leito do Rio. Esta zona é bastante húmida e serve de abrigo a aves que migram do norte da Europa, muito mais frio, para estas bandas, tais como os corvos marinhos de faces brancas, as garças brancas, e os patos reais, que aqui captei muito ao longe... Diferentes dos outras aves, as Rolas do Mar andavam "à cata" de alimento nas lamas do leito do rio, bem como os pilritos sempre muito apressados, como nas zonas relvadas...
   Note-se ainda o açoreamento cada vez maior junto à foz do Rio, o que torna a saída da barra cada vez mais estreita e perigosa...
 Perspectivas sobre a língua de areia cada vez maior e que cria a ilusão de que se trata de uma lagoa e não de um rio!

   Panorâmica do braço de rio com o Farol de Esposende ao fundo... À direita o passadiço por onde seguirei até ao farolim mesmo na ponta da barra.
A actividade humana interrompida enquanto as aves não se cansam de procurar alimento.
    Outros como este corvo marinho de faces brancas trata da beleza das sua plumagem enquanto duas rolas do mar debicam a gramínia mesmo pertinho de onde me encontro...




        Uma família de Patos Reais desliza calmamente enquanto gaivotas e, penso ser, uma garça branca voam em círculos sobre a água...
 
 

Mais perto do meu objectivo... e finalmente o primeiro vislumbre do Oceano Atlânico ao fundo!
 
Uma Rola do Mar mesmo ao pé do passadiço e do lado direito uma escultura estranha e sem qualquer identificação!
 


Já vejo o Farol e o pequeno forte, que está bem maltratado! Que pena...
O Forte de São João Baptista de Esposende e o Farol de Esposende.
Em primeiro plano o passadiço que conduz à barra do rio.

    Do farolim junto à foz e virada para sul, podemos ver como as duas margens são belas, cada uma à sua maneira... a da esquerda com o seu braço de rio e a da direita com a sua língua de areia criada pelo assoreamento .



   Esta sequência de fotografias foi captada mesmo à saída da barra. Esta embarcação minúscula, apenas com dois homens a bordo tentou por diversas vezes romper a ondulação que a maré a encher tornava cada vez mais difícil de passar e fazer-se ao mar... A cada tentativa o barco virava para sul, pois a corrente do mar era mais forte do que a do rio. Como a ondulação se ia tornando cada vez mais seguida e maior, os dois pescadores deram meia volta de regresso... Decisão acertada, a meu ver!!! Além disso, a "ronca" estava a apitar, avisando que não era aconselhável a navegação!

 
 
 
De regresso, umas castanhinhas assadas souberam muito bem e o castanheiro até fez pose para a posteridade!!
O edifício do Farol de Esposende parece ao abandono mas alguém aproveitou esta parte para criar perús... talvez o actual faroleiro...perú assado é um prato tradicional desta época!!!
 Quanto ao Forte de São João Baptista de Esposende está classificado como Imóvel de interesse público desde 1982. Foi edificado no Reinado de D. Pedro II de Portugal, entre 1699 e 1704. Posteriormente, com a construção do Farol sofreu cortes na sua estrutura.
De origem, este forte tinha planta em formato estrelado, com um baluarte em cada vértice, exibindo a respectiva guarita de planta hexagonal.
   O Farol de Esposende, é uma torre cilíndrica em ferro, edificada sobre uma base cilíndrica em cimento,com 15 metros de altura, com lanterna e varandim de serviço, totalmente pintado de vermelho. Anexo situa-se um edifício de dois pisos pintado de amarelo para os faroleiros. É um dos poucos exemplos de faróis de torre metálica em Portugal. Tem um alcance de 24 milhas náuticas.
                                                         Banho solitário deu uma Mobelha pequena... 

Guincho Comum- Chroicocephalus ridibundus  

 
 
Gaivota de patas amarelas-Larus Cachinnans
 
   Hora do regresso...














29 dezembro 2014

In the eye of a horse...


   Ultimamente tenho-me dedicado a fotografar o olhar das éguas que ainda estão na quinta onde vou habitualmente. Embora já não sejam em grande número nesta altura do ano, duas éguas - uma adulta branca manchada e outra poldra, castanho manchado e um poldro, branco manchado, que se chama Horácio e que serviu de modelo a um dos meus quadros.
   Ao observar mais de perto os olhos, posicionamento da cabeça e das orelhas das éguas e poldros ao longo destes três últimos anos, acabei por aprender muito sobre o eles. Mas, não contente com isso, tive de ter a certeza de que as minhas conclusões estavam correctas antes de escrever sobre o assunto e lá fui pesquisando e aprendendo muito sobre estes nobres animais!
Naomi ,foto tirada a 24-12-2014
   Como todos sabemos os olhos de qualquer cavalo estão posicionados de forma oblíqua/lateral na cabeça; isto dá-lhe uma visão panorâmica bastante ampla porque é um animal herbívoro de presa, o que lhe permite ver para fugir.
   Este posicionamento dos olhos permite-lhe ter uma visão binocular de setenta graus, se olhar directamente para a frente, tal como nós. Além disso possui uma visão lateral de duzentos e cinquenta graus em cada um dos olhos, visão monocular, que lhe permite ver alguém atrás de si, até à altura da anca, sem ter que virara a cabeça! No entanto, se olhar para trás ou para os lados não o pode fazer para a frente. O seu globo ocular é o maior de entre todos os mamíferos terrestres.
   No entanto, existem dois pontos mortos na visão do cavalo: atrás da garupa na zona do dorso e cauda, e entre os dois olhos.Por isso é aconselhável nunca se aproximar de um cavalo por trás, pois o coice é a forma de defesa contra o que o animal percepciona mas não vê!
   Aqui fica um esquema que encontrei sobre o alcance da visão equina. O que está a negro é o que o cavalo não vê!

   Um segundo  aspecto que me levava a questionar-me era como é que o cavalo passava de uma visão de perto, por exemplo, para comer, para uma visão mais ampla. Muito simplesmente baixando a cabeça para ver o alimento e levantando-a para ver mais ao longe!!! E tudo isto porque o cristalino dos seus olhos está fixo e inclinado em relação ao eixo do olho.


 
 Virando a cabeça para visionar a área do ponto morto dorso-caudal.
 
 
 Usando a visão binocular( esquerda) e a nonocular(direita)
 
 Visão binocular.
    Será que os cavalos vêm as cores como nós humanos?  Não exactamente! As cores que distinguem são o verde, o amarelo e o cinzento.
    Quanto à percepção dos detalhes, esta é menor no cavalo, o que significa que ao longe o cavalo vê como uma pessoa que é míope; no entanto reconhece mais pelo tom de voz, passadas ou movimentos característicos.
   Finalmente aprendi que a visão nocturna do cavalo é bastante melhor do que a humana, necessitando de mais algum tempo de adaptação da passagem do claro para o mais escuro
   Do meu contacto com estes animais comecei a aprender que as orelhas também têm um papel relevante para a compreensão do estado de espírito destes animais. Assim, se as orelhas estão viradas para trás o animal está receoso; se estão inclinadas para a frente, indicam interesse pelo que se passa à sua volta; se tem uma orelha para trás e outra para a frente o animal está indeciso e se as orelhas estão caídas para os lados, então o animal está relaxado e satisfeito!
   Seguem-se alguns momentos que captei.
 

 

     Aqui o Horácio revela estar receoso, por estar na box e não ter tido contacto comigo há largos meses. Reconheceu a minha voz mas se repararem no seus olhos estão mais abertos e vê-se a parte branca também, sinal de que está assutado.

Depois foi-se acalmando ao som da minha voz e depois de cheirar a minha mão...



 





    O meu primeiro quadro pintado a óleo no Atelier Geraldes da Silva e terminado há uma semana!

Óleo sobre tela,
Domingo à Tarde,70x50cm
Vila Chã -colecção particular