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07 dezembro 2015

"Visita de médico"...

   Já lá iam várias semanas sem ir ver como estavam os cavalos... sim, porque a língua portuguesa manda que se use o masculino plural desde que haja apenas um do sexo masculino no meio de várias do sexo oposto! 
   E aqui está ele neste belo contra-luz...

    Nesta minha visita breve tive o prazer da companhia da Amora, a mais afoita das duas cadelinhas, que nesta fotografia vinha apressada ter comigo para ver o que se passava!
  A égua castanha que tinha vindo juntamente com o cavalo castanho foi preterida por este, tal como pude observar, e agora a égua 51 está sempre por perto mesmo enquanto este rebola na terra de uma forma bem relaxada como nesta sequência de imagens...

   Depois lá seguiram ambos pelo campo acima para irem comer.


   Afinal havia novidades no outro campo!! Duas póneis ...
 A filha à esquerda e a sua mãe à direita...
  Quem não souber pensaria que a mãe era a maior e a filha a mais pequena. Estas duas pacíficas creaturas estavam habitualmente nos terrenos circundantes das casas dos proprietários. Têm ficado pelo campo ultimamente... e este foi o meu verdadeiro primeiro contacto com as duas, que pareciam um pouco desconfiadas, mas que se foram aproximando aos poucos...

 Imperturbáveis perante as ladradelas e brincadeiras da Amora, procuravam o contacto físico frequentemente, momentos muito belos que consegui registar.
   Sempre que eu ia fotografar os cavalos, ao longo destes quatro últimos anos, lá estavam as duas perto da cerca observando todo o movimento...
  Aqui dá para perceber quão pequenina é a mãe  junto de mim, enquanto lhe afastava as moscas dos olhos! 
E cá estão as duas para a posteridade!!!


Lá estava o Horácio sempre atento às minhas movimentações, mas do outro lado. Dá sempre sinal quando ouve a minha voz a chamá-lo. Tornou-se num belo cavalo!!!





Mas a  visita só ficou terminada quando fui ver a Bolota, a mais pequenina das duas cadelinhas...  As manas são diferentes  mas dão-se lindamente e sempre a brincar uma com a outra.
 Mais uma fotografia para o álbum de família!


















27 novembro 2015

A Ponte e o Rio Lima...




     A Ponte de traça romano-gótica, com  quinze arcos grandes e doze pequenos, e o Rio Lima deram o nome a esta vila minhota, a mais antiga de Portugal- Ponte de Lima. Se se atravessar a Ponte encontramos  a Igreja de Santo António da Torre Velha na margem direita do Rio Lima.

   Este foi o destino a que me propuz num domingo frio mas ensolarado... Eu e mais uns quantos "turistas" que não precisaram de nenhum pretexto especial para um belo passeio, um bom almoço de arroz de cabidela, rojões, tripa enfarinhada, morcela de sangue, bem à moda da gastronomia minhota, acompanhado pelo afamado vinho verde da região, e uma volta pela feirinha dos enchidos na Avenida dos Plátanos na margem esquerda do Rio. 
   Com partida marcada para as 7.30 da manhã só saímos pelas 8h, bem à moda portuguesa, com rumo a Barcelos para tomar o pequeno-almoço.
   Barcelos é conhecida pelos seus Galos de Barcelos... Aqui deixo um testemunho de três exemplares que vi na Confeitaria onde tomámos o pequeno-almoço.
Como é meu costume, captei o pormenor deste penteado "às riscas" de uma senhora que pouco se importou com os comentários feitos pelos seus companheiros de viagem... Há que ser original,não?

   É evidente, nestas duas fotografias, o contraste entre os nomes e a dimensão dos edifícios e da própria vila. Achei curioso!!!
    Caminhámos em direcção ao largo da feira e fomos apreciando os belos jardins e alguns momentos interessantes, como o banho deste pombo apesar de estar muito frio.
    Já no recinto onde habitualmente se realiza a famosa feira de Barcelos, às Quintas-Feiras, encontrámos algumas tendinhas que tinham à venda essencialmente louça típica da região, como os famosos galos - alguns mais modernos já não são feitos de barro mas de metal!!!-, assadeiras, pratos e tijelas; e este burrito tão simpático pousado no chão a olhar para mim que não resisti e tirei-lhe uma fotografia...


   Não podiam faltar as castanhas assadas de modo tradicional! Gostei tanto da simpática vendedora que lhe pedi permissão para a fotografar; perguntou-me para onde ia, a fotografia,claro, e eu expliquei que costumava registar em fotografia os meus passeios no meu blogue... Acedeu, apesar de não saber o que é um blogue, e disse-me que se chamava Dona Maria.
   E lá seguimos caminho em direcção a Ponte de Lima, desta feita pela estrada nacional... foi um pouco demais para mim com tantas curvas e contra-curvas ao som de música "pimba" acompanhada de um coro de vozes masculinas! Foi um espanto para mim...
   Ponte de Lima é, por si só, uma vila histórica, a mais antiga de Portugal - recebeu Carta de Foral em 1125 de D. Teresa, mãe de Afonso Henriques, o nosso 1º rei; designou-a então por Terra de Ponte.
   Desde então a Ponte tem tido um significado muito importante no Alto Minho, não só por esta permitir uma passagem segura do Rio Lima , mas também por fazer parte de um dos Caminhos de Santiago, ainda hoje percorrido por muitos peregrinos.

    Sendo a agropecuária importante na economia deste concelho, achei muito bem concebidos estes dois conjuntos de estátuas representando as lides e costumes desta região. O milho, a batata e vários outros produtos hortículas fazem parte da agricultura tradicional, sem esquecer a vinha.
   Aqui estamos em plena zona dos mundialmente famosos e únicos vinhos brancos Loureiro, que se devem beber bem frescos, e do vinho Tintão; a produção vinícula está a cargo de particulares e da Adega Cooperativa de Ponte de Lima. Pela sua importância económica, realiza-se anualmente aqui a Festa do Vinho Verde e dos Produtos Regionais em Julho. Há também a salientar a Feira Anual do Cavalo e o Festival Internacional de Jardins.
   Não havia muito tempo para ir visitar a parte histórica desta vila tão antiga. Ficámos pela margem esquerda do Rio Lima; mas havia que guarantir lugar para o almoço - aqui só poderia ser Arroz de Cabidela com rojões e carnes fumadas famosos nesta região. E lá fomos depois dar uma volta nas imediações do restaurante.


 A Torre da Cadeia Velha, em funcionamento até aos 1970s e pormenor da sua porta e sinalização da mesma.

   Pormenor da porta principal... Não, não é e nunca poderia ser a original, mas dá bem uma ideia de como teria sido no tempo da fundação da vila.
 
 Alguns troços das muralhas da vila são ainda dignos de serem vistos.

   A Torre sineira da velha Igreja Matriz junto às muralhas.

Painel "Cabras São, Senhor" baseado numa lenda que podem ler no Portal do Folclore Português - Lenda da Cabração de Ponte de Lima, cuja fonte é Conde de Bertiandos,Cabras São, in Almanaque de Ponte de Lima,1923.

                           



 As marcas das diversas cheias do Rio Lima...



   Havia um grupo de escuteiros fazendo uns petiscos para vender mas o que me chamou a atenção foi este rudimentar forno de cozer pão com a luz solar e este foguareiro artezanal onde estavam a fazer sopa. 
   Uma bananeira, com bananas ,macaco e tudo e a forma mais prática de publicitar os produtos - expô-los logo à entrada com o respectivo preço. Há que ser prático

   Junto à Ponte não pude deixar de reparar neste "quiosque" para venda de jornais bem original: duas árvores aparentemente mortas, uma das quais estava cheia de rebentos de folhas novas. A Natureza tem mistérios que não conseguimos deslindar, por vezes!   
   O dia estava magnífico e almoçámos numa esplanada. Tudo decorreu com a maior calma e depois de se fazerem as contas, o que custa mais!!!, lá fomos procurar um bom lugar para tomar o indispensável "cafezinho"! 
   Ficámos em amena cavaqueira por algum tempo, observando, eu, os transeuntes e todo o movimento que entretanto ia aumentando, em direcção a Feira de Enchidos patente no início da Avenida dos Plátanos...



    Mas  do meu posto de observação pude registar uma variedade de momentos e figuras muito interessantes : a senhora a receber beijinhos do Lavrador preto, a charrete pronta para levar candidatos a dar uma volta pela Ponte até à outra margem e regressar...



Não podia faltar uma figura típica que acedeu ao meu pedido de o fotografar e até fez "pose" e no fim disse " ponham-me no Facebook, eu sou o Fernandinho  fofinho".


 

   Este pequeno pónei fazia as delícias de quem passava sob o olhar atento da sua dona, uma senhora holandesa, segundo me disse no seu português um pouco macarrónico!!!

    Foi então que rumei ao leito do rio com o intuito de fotografar tudo que captasse a minha atenção! Seguem-se algumas dessas fotos:









 Dirigi-me depois à Ponte  para apanhar outras perspectivas...        




    Depois foi rumar a Braga para um pequeno lanche e depois o regresso. Aí deparámos com bastante animação no antigo Campo da Vinha, se não me engano: muitas tendinhas com diversidade de artigos, não podiam faltar várias de carnes fumadas e enchidos de porco e javali, música típica desta região , com castanholas e ferrinhos, acordeão, pandeireta e mais alguns instrumentos,  um coro misto onde se destacava algumas vozes femininas bem agudas, próprias dos cantares minhotos. E até ilusionismo houve...confesso que o público não era muito e as crianças muito menos! Coisas de um fim de tarde bem frio! O meu testemunho...



      Foi um dia diferente, muito agradável e que me fez relembrar outros tempos da minha juventude quando muitos passeios dominicais percorriam estes locais do Alto Minho.