Apesar do tempo carregado e a ameaçar chuva e trovoada resolvi voltar a fazer a pé o percurso que abrange A Reserva Natural Local do Estuário do Douro, zona protegida da fauna e flora típicas do estuário do Rio Douro.
Foi no passado Domingo à tarde, ante-véspera de S. João. Os preparativos decorriam em força, muitas barraquinhas e vendedores ambulantes e, claro, já bastante gente a circular a pé. Mas o meu destino era exactamente observar esta zona protegida e ir até à Madalena.
A Reserva Natural Local do Estuário do Douro encontra-se bem vedada ao acesso do público e com dois passadiços, que conduzem a duas pequenas construções de madeira com aberturas que facilitam a observação e a fotografia das diversas aves que fazem dos pequenos braços de rio o seu destino migratório e permanente. No meu caso não tive muita sorte pois vi apenas gaivotas, as aves predominantes nesta época do ano. Não me importei pois tirei fotografias ao que achei interessante e diferente.
Estas foram tiradas de dentro da primeira barraquinha: A Ponte da Arrábida, um grupo de gaivotas tomando banho num pequeno braço do rio, a que se veio juntar uma outra, um barco abandonado(???) no meio da vegetação predominante nesta zona e que penso ser autóctone e uma panorâmica sobre a duna já em formação no Canidelo e a língua de areia que agora é designada como praia. Aqui deixo esta formação rochosa que achei muito interessante na fronteira entre a zona protegida e a zona da praia do Cabedelo. Deste lado, as formações rochosas são arredondadas e muito diferentes das que bordejam a costa norte...
Depois virei a minha atenção para o esporão construído para evitar o assoreamento do Rio Douro e que só tinha visionado de lado do Porto. E eis o resultado! Na primeira até se vê o Titã (guindaste especial usado na construção do Porto de Leixões existindo um outro do lado de Leça da Palmeira) bem como a estrutura branca,que lembra a proa de um paquete de luxo, do lado direito da foto; será o local de atracagem de paquetes de luxo.
Ainda são visíveis as marcas deste último inverno na costa do Canidelo...
Já a caminho da Praia da Madalena, não resisti a fotografar estes afloramentos rochosos típicos desta orla marítima e como sempre lá estão as gaivotas nos seus postos de observação!
Não resisti a fotografar os líquenes ressequidos de uma dessas rochas junto ao passeio por onde seguia...
Outra perspectiva da Ponte da Arrábida, tirada já no regresso e já sob ameaça de trovoada e chuva, o que se concretizou.
A propósito da Ponte da Arrábida, sempre que olho para este Monumento Nacional me recordo do dia da sua inauguração - 22 de Julho de 1963. A minha família foi de traineira até ao local, para em conjunto com muitas outras embarcações de todos os tipos buzinarem em uníssono como era costume para festejar. Estava preparada uma sardinhada a bordo da traineira para o trajecto e durante o tempo de espera, mas a saída da barra de Leixões era mais agitada do que actualmente e as traineiras pareciam mergulhar e ressurgir à tona das águas. Eu já tinha experimentado andar de traineira numa das do meu avô, o Mestre Borges, de Vila Real de Sto António, por isso tomei o meu lugar bem na proa da traineira com o meu irmão Paulo,com quase 13 anos na altura, enquanto a maioria dos restantes "mareantes" ficou enjoada com o movimento do barco. O que para mim, jovem de 14 anos, foi muito emocionante foi um pesadelo para os outros. Recordo que poucos foram os que poderam saborear convenientemente as sardinhas...
Simultaneamente as entidades da época inauguraram os primeiros 10 kms da futura auto-estrada Porto-Lisboa, entre os Carvalhos e a Ponte da Ponte da Arrábida, esta obra do Engenheiro Edgar Cardoso, com o maior vão do mundo, um arco de betão de 270 metros; à época muitos estavam cépticos quanto à colocação do última parte que iria ligar as duas margens do rio.
Mas ela cá está para ser apreciada em toda o seu esplendor! Para mim é ainda a mais bela das pontes que atravessam o Rio Douro!!!
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