Os quadros apresentados neste blogue são para venda, com excepção dos que estão marcados como colecção particular.
Pode contactar a autora por e-mail.

aborgesgomes@gmail.com


12 maio 2014

A Ponte não é uma miragem...


   Decidi ontem, Domingo, que já era altura de ir até à Ponte do Infante D. Henrique, conhecida como Ponte do Infante, atravessá-la a pé até ao lado de Gaia e tirar fotografias a ambas as margens do Rio Douro. Tinha uma ideia que teria de andar perto do Largo das Fontaínhas, sobejamente conhecido pelas sardinhas assadas na brasa nas Festas de S.João.
   O meu ponto de referência era o Colégio de Nossa Senhora da Esperança onde estudei em frente ao Jardim de S.Lázaro. Iniciei o percurso um pouco "às cegas" pela Rua do Duque de Palmela, calculando que não andaria muito longe do Bonfim. por isso fui fotografando também as placas com os nomes das ruas para saber como regressar...


    A Praça da Alegria, de seu verdadeiro nome, ofereceu-me a possibilidade de fotografar uma "Ilha", onde habitavam e ainda habitam trabalhadores, em contraste com casas recuperadas dentro da traça primitiva.


Segui pela Rua do Barão de S.Cosme onde continuei a admirar a beleza dos restauros nas casas, encontrando aqui e ali algumas bastante degradadas.



 Neste pequeno largo  o estado deste magnífico casarão chamou-me a atenção e o nome do mesmo fez-me sorrir. Há nomes mesmo engraçados...
 

         
 
   Continuando, cheguei ao Colégio Nª Sª da Esperança, onde passei tantos anos da minha vida estudantil, do 2º ao 5º Anos- antigos- e depois o 6º e 7º Anos, de onde saí directamente para a Faculdade de Letras de Lisboa, 1969. Fiquei emocionada ao estar perto da porta por onde entrei vezes sem conta e poder, agora sim, ver a beleza do seu edifício e alguns dos seus pormenores, que nem sequer sabia que estavam tão à vista. 


A informação local sobre o edifício em si e à direita  uma espécie de Caixa de ferro pintado com nomes de freguesias do Porto seguidos de números. Dentro desta caixa funcionava um dispositivo ligado ao sino da Capela que avisava as Freiras quando havia orfãs para recolher. Embora pareça azul, está pintado de verde escuro, logo passa despercebido devido à sua localização discreta.
 

    Decidi que no meu regresso poderia fotografar o Edifício e a Capela bem como a Biblioteca Municipal do Porto e foi o que fiz.  Desci, agora em território conhecido, a rua que vai dar directamente ao Largo das Fontaínhas. A meio, vi uma outra "ilha", esta com um aspecto bem preservado e mesmo no fim da rua, no meu lado esquerdo, este magnífico casarão, que não consegui identificar, mas que fotografei.
 


        
 
   No Largo das Fontaínhas está o acesso à Ponte do Infante D. Henrique, rodoviária e com passeios em ambos os lados, o que possibilita uma visão global do Rio Douro e das suas margens escarpadas.
   Esta vista deslumbrante sobre o Rio Douro pode ser apreciada no início da ponte, quando nos viramos para a nascente do rio. Em 1º plano a velha Ponte Ferroviária de D. Maria Pia, agora substituída por uma outra, que se vê logo a seguir nesta imagem. Como poderia esquecer o pavor que sentia quando o combóio a atravessava quase a 5km por hora nas minhas viagens para e de Lisboa, logo eu que fiquei com um trauma a combóios, depois do descarrilamento, em pleno Alentejo,  do combóio em que regressávamos de Vila Real de Sto António para o Porto, acabados de chegar do Brasil- Mãe, grávida de 7 meses, e duas crianças de 5 e 4 anos.
   Vista sobre o Largo das Fontaínhas e escarpas descendo até ao rio; vê-se o antigo Túnel da linha que ligava directamente à Alfândega, desactivada há muito tempo, e mais acima a actual ligação de Campanhã à Estação de S.Bento. 
                     
 
    Panorâmica sobre a margem do rio do Porto, sobressaindo a Muralha Fernandina e o casario em cascata; note-se os suportes em betão armado, no lado direito da foto, para evitar desabamentos de terras. Segue-se a margem de Gaia com as  escarpas da Serra do Pilar e as ruínas das casas que havia no local. A Ponte de D. Luís I liga as duas margens ... A ponte é uma passagem para a outra margem, lá diz a canção dos Jafumega, que deram um espectáculo no ano passado no Coliseu do Porto após 30 anos!
   A Calçada das Carquejeiras está parcialmente destruída devido a uma derrocada ; ainda não há acesso ao público nos metros finais.
 
 
    Na margem de Gaia a Capela, agora em ruínas, do Senhor D´Além na Freguesia de Santa Marinha, Gaia, e o antigo Observatório da Serra do Pilar.
No cimo das escarpas do lado do Porto estão os esqueletos das habitações dos trabalhadores fabris.

Subindo junto à Muralha Fernandina na direcção da Praça da Batalha deparei com esta curiosa capela, Capela dos Alfaites.

    Já na Rua Entre Paredes, o antigo Instituto Comercial do Porto.
Não consegui logo saber porque me lembrava desta rua como sendo muito estreita e com muito trânsito e agora até parecia uma rua normal!
 
Pois... faltavam os eléctricos!!!
 E lá cheguei  a São Lázaro para fotografar o que me faltava: o edifício do Colégio de Nª Sª da Esperança, a sua Capela e o edifício da Biblioteca Municipal do Porto, onde Alexandre Herculano chegou a trabalhar.
Neste colégio, na Avenida Rodrigues de Freitas, estive como aluna interna durante o 1º Período do 2º Ano (antigo). Mas não resultou muito bem, porque eu não achava justo estar fechada num colégio e os meus irmãos em casa. Por isso recusava-me a estudar nas horas do Estudo- contava vezes e vezes sem fim as lâmpadas no tecto da sala, e frequentemente levanta-me de noite para pregar sustos às outras alunas internas. Éramos 50 num dormitório(as janelas que se vêm do lado direito da foto faziam parte desse dormitório). Também passava muito tempo na capela a pedir perdão a Deus por me portar mal... Quem não tivesse aproveitamento e/ou fizesse traquinices ficava sem receber visitas. No meu caso só tive visita uma vez. No 2º Período a minha Mãe foi "aconselhada" pela Directora a passar-me para o regime de semi-internato e aí passei a ser uma aluna aplicada e bem comportada!!!

   Finalmente  o fim do passeio. Deixo aqui a informação disponível sobre este belo edifício que é a Biblioteca Municipal do Porto!
                    

   No trajecto de volta lá fui consultando o meu registo fotográfico ... só me lembrava que os nomes das ruas estavam ligadas à nobreza ...



                       




Sem comentários:

Enviar um comentário