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16 dezembro 2014

Vila do Conde outra vez...

   Domingo, dia sete de Dezembro.  Sem destino marcado acabei por ir novamente a Vila do Conde aproveitar o bom tempo e ver, nunca me canso de o fazer, a vida que existe na foz do Rio Ave. Não havia quase ninguém e pude, portanto, fotografar à vontade enquanto caminhava pela margem direita rumo à foz.
   Desta vez pude obter fotografias da Caravela Quinhentista e dos "seus tripulantes", da Alfânfega Régia, que é um Museu.
 
Proa e popa da Caravela.
 O capitão em ponto estratégico e o frei bem gordinho...
 









 Outros membros da tripulação:marinheiro e moço...O Edifício da Alfândega Régia...


   Seguindo pela margem em direcção à foz, a minha atenção virou-se para a vida que existe nas margens do rio e em alguns outros pormenores. Sem mais comentários aqui ficam as imagens!!!

 
Corvo marinho sobrevoando o rio em direcção à foz... Gaivotas por todo o lado...

 
Não podia faltar o ritual da limpeza das penas depois do banho...


 
 
 

   Estátua representando a mulher do pescador esperando o seu regresso em frente ao pequeno ancoradouro ... Duas Rolas do Mar, também conhecidas popularmente por Gaivinas...
 
 A maior surpresa!!!
 
Um Imaturo de Goraz sobrevoando o Rio Ave.
 
7-12-2014 às 15h e 04 minutos.





A inegável beleza e elegância dos corvos marinhos em pleno voo!!!
 


 
 
Até os pardais se deixaram fotografar...
 
 

Na foz do Rio Ave...


 

 
 

     Via marítima
vs
via aérea...





      
 Irónico, não é?

 
 
   Nas imediações do Forte de Nossa Senhora da Assunção ou Forte de São João Baptista que está localizado na foz do Rio Ave na Freguesia e Concelho de Vila do Conde.
   Actualmente em bom estado de conservação pode ser visitado.
   No seu interior encontra-se um restaurante de luxo onde se realizam eventos como a Passagem de Ano...
  



 

   A sua estrutura apresenta   uma planta pentagonal com baluartes também pentagonais nos vértices; as muralhas são de cantaria em talude, rematadas por parapeitos verticais. Apenas três dos cinco baluartes possuem guaritas de planta quadrangular.





    Agora há que meter pernas ao caminho até ao carro pois ainda tenho outro local para visitar:  A Igreja de Santa Maria de Azurara na margem sul do rio...


   Mas não resisti a tirar algumas fotos: este gatinho a fazer a sua higiene de baixo da palmeira, talvez tenha sorte e apareça algum pardalito mais incauto...





   Duas perspectivas do mesmo local: o parque

  
Uma charrete com esta bela parelha ao lado do parque à espera de clientela...fiquei cheia de vontade de andar de charrete, tal como costumava fazer em Vila  Real de Santo António, no fim das férias no mês de Agosto, com os meus avós maternos: era um programa sempre esperado: Ir de charrete até Castro Marim, visitar ao Castelo, na altura completamente em ruínas, mas que fazia trabalhar a nossa imaginação - passagens secretas, ataque de mouros, cristãos encarcerados a precisar de serem salvos - bastava uns paus e já tínhamos as espadas !!! Uma hora de aventuras sem fim... O regresso até casa e um gostoso mingau (termo usado no Brasil para papa de criança) para o lanche.  
    A povoação de Azurara já existia  desde o reinado de D. Afonso III mas a Igreja Matriz de Azurara só foi construída nos fins do Século XVI a pedido da população do lugar aquando da passagem do Rei D. Manuel I a caminho de Santiago.
 

De Estilo Românico apresenta, porém, na sua fachada uma imponente torre, a Torre Sineira, bem como um belíssimo Portal Manuelino, formado por arco e meio decorado com motivos de grotesco e colunas espiraladas que se juntam no seu topo por meio de uma grinalda onde se encontra um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Apresentação, vinda da primitiva capela da Azurara com a mesma designação.




 
Repare-se na parte superior na Rosácea e na Concha de Santiago...
 
 
    Vamos lá seguir o meu trajecto, isto é, contornar a Igreja pelo lado sul, na direcção contrária aos ponteiros de um relógio...


   Porta de Estilo Manuelino simples à esquerda e à direita pormenor que mostra um janelão estreito e ameias rematando a parte superior. Continuando,  uma panorâmica da parte lateral virada a sul, onde de podem ver os contrafortes, as ameias,os muros altos em pedra que conferem a este Estilo a aparência de fortalezas...

 
 
A parte de trás da Igreja apresenta este belíssimo janelão decorada em trabalho escultórico e uma cruz sobre uma esfera. Penso ser a parte onde se encontra o Altar-Mor...

 
   Já no lado norte da Igreja é esta a perspectiva. De notar os pequenos janelões, contraforte  e cornija, que é o remate logo abaixo do telhado. Pormenor da decoração exterior com cachorradas, que não são mais do que conjuntos de peças salientes esculpidas; a fechar as caleiras,chamadas algeroses, existem Gárgulas cuja serventia era para o escoamento da água da chuva.
 
 
 

Nesta Igreja apenas vi na parte superior do lado norte uma representação de ser animalístico para lembrar ao cristão que pecar leva ao Inferno...

  Também podiam ser apresentados da mesma forma os sete pecados mortais sempre em esculturas grotescas para criar maior impacto nos crentes e elevá-los a não cometer pecados...
 
 
 

 

   Um Cruzeiro encostado à parede norte da Igreja e o Pelourinho que ainda se mantém em bom estado de conservação, mesmo em frente à porta, por onde, julgo, entram os fiéis, porque havia vários tipos de informações afixadas.
 
 
 
 
 
 
    Sem querer faltar à verdade, este estranho conjunto fez-me lembrar algo semelhante que vi e fotografei no Colégio de Nossa Senhora da Esperança,no Porto, nascido de um antigo convento. Isto fazia a ligação ao sino para avisar da colocação de crianças abandonadas na chamada Roda existente nos conventos femininos.
   Além disso, se se reparar na fotografia da Torre Sineira do lado direito pode-se ver bem a sua colocação...


   A Torre Sineira foi construída posteriormente no final do Século XVII. Tem quatro registos e no segundo foi construído um balcão e, no topo, oito aberturas sineiras, cujo modelo foi a Torre da Igreja Matriz de Vila do Conde (finais do Século XVI). A estrutura exterior das naves é rematada por uma linha de ameias e a cabeceira é flanqueada por quatro contrafortes.Em frente ao portão principal existe um pequeno adro murado, tal como era costume neste estilo.
   Voltei à margem norte para fugir ao movimento. Passei a Ponte e virei à direita para ir ver e fotografar uma das pouquíssimas Azenhas quinhentistas portuguesas e o Rio Ave , que aqui deliza serenamente até ao pequeno talude junto à azenha...com dois corvos marinhos aproveitando os últimos raios de sol deste dia de Inverno!
  Há referências a este engenho desde a segunda metade do Século XIII, mas a construção existente é uma remodelação da primeira metade do Século XVI. Situada no sopé do Monte de Santa Ana, na margem esquerda do Rio Ave, esta azenha fica fronteira ao Mosteiro de Sta Clara. Tem planta rectangular, formada por um único volume, cuja estrutura se assemelha a um pequeno forte, talvez inspirado na arquitctura militar da época. Nas fachadas laterais podem observar-se janelões e na fachada principal tem a porta com as  armas dos marqueses de Vila Real por cima. Este conjunto é rematado por uma cornija coroada com merlões com seteiras. 
 Não resisti a registar as obras de restauro já visíveis no Mosteiro de Sta Clara e mesmo ao lado a imponência da Igreja de Sta Clara com o seu aqueduto famoso.
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 









 

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