Os quadros apresentados neste blogue são para venda, com excepção dos que estão marcados como colecção particular.
Pode contactar a autora por e-mail.

aborgesgomes@gmail.com


31 janeiro 2014

I´m back...

   Este 1º mês de 2014 tem-me trazido realização, alegria de conviver com pessoas diferentes, de mudar de ares, enfim! Não... não mudei nada na minha vida, fiz sim algumas adaptações e tomei uma decisão fundamental : se não estás bem... muda-te e foi o que eu fiz. Não sentia há muito tempo o entusiasmo de pintar a pastel seco - não há amor como o primeiro! Estou muito satisfeita pelo apoio que a Professora me deu neste primeiro mês, pois a tarefa a que propus foi acabar 3 trabalhos que se encontravam encostados há muito tempo por várias motivos.
   E lá fui seguindo os passos e as novas técnicas sugeridas pela minha professora, embora o que estava em pior estado fosse o último a ser trabalhado. Eu pretendia ir usando aos poucos cada vez menos o realismo de alguns dos meus quadros anteriores, porque os retratos assim o exigiam, mas também ver e aprender outras técnicas mais soltas de usar o pastel e obter ainda melhores resultados.  
Unveilled...
Pastel seco, 68x92cm c moldura




 Trabalho iniciado com a intenção de treinar o desenho do rosto e  as suas tonalidades. Mas apenas consegui acabar o rosto e o resto vinha só com uma primeira camada de pastel.
Foi-lhe dado um fundo com vários tons para  realçar a luminosidade  e  usando algumas das tonalidades misturadas na camisola e na capa. Esta é apenas a fotografia do trabalho antes de emoldurado.













Wild Mustangs of Utah,71x91cm,pastel seco 
  A ideia para esta pintura surgiu de uma campanha contra o abate de cavalos selvagens com metrelhadoras em helicópteros no Utah, USA. Além de ter assinado a petição, não sei se serviu de alguma coisa na altura, mas resolvi perpetuar a beleza destes cavalos descendentes dos antigos cavalos levados pelos Espanhóis, mustangs, e dos autóctones usados pelos Americanos Nativos.
 Aproveitei a falta de alguma nitidez da imagem do cartaz para aprender a pintar usando o contraste sombra-luz. O trabalho ainda por realizar estava todo em realçar os pontos de luz nas cabeças dos cavalos usando tonalidades mais diversa das que aparentemente estavam na foto. Eliminei algumas sombras imperceptíveis na parte de baixo do quadro para dar mais realce aos cavalos em segundo plano.O fundo do quadro deveria revelar mais os momentos da aurora e que aproveitei para dar alguma densidade ao céu. Gostei muito do resultado final.


Arara Azul da Amazónia
Pastel seco, 80x67cm c/ moldura
  Este trabalho vinha apenas com as zonas da plumagem em primeiro plano marcadas e delineadas com as cores que serviriam de suporte e as outras áreas apenas marcadas a pastel incluindo o bico. E assim ficou por um bom par de anos e ressurgiu agora que eu senti que tudo tem remédio e é possível. Apesar de estar bastante maltratado, com ajuda preciosa da minha actual Professora lá aprendi que não precisava nada dos lápis de pastel para as penas da cabeça,olho e bico. É tudo uma questão de esbater para misturar as cores e não me importar de lavar as mãos com muita frequência! Estou muito orgulhosa dos meus trabalhos e em especial porque têm vindo a revelar um percurso positivo do meu ponto de vista!




   Decididamente estou de volta ao Pastel Seco!!!
   

24 janeiro 2014

À descoberta...


Pegar no carro e seguir para norte, sempre pela orla marítima, pode ser apenas um revisitar de lugares já conhecidos mas sempre apreciados ou significar uma pequena aventura, pois o desconhecido está ali mesmo a meia dúzia de metros... Foi assim que descobri a existência do Reserva Natural do Litoral Norte - uma faixa de orla dunar, que se estende desde Esposende à foz do Rio Neiva e Apúlia.
   Os estuários dos Rio Cávado e Rio Neiva ajudam a preservar todo o sistena de dunas desta faixa de orla marítima e que se diferencia do resto da costa de praias de areia fina.
   Esta faixa apresenta um conjunto de praias de seixos que desempenham uma função vital na retenção das areias e na defesa da costa. Na baixa-mar podem ser vistos elementos geológicos - recifes, afloramentos de xistos e quartzitos-, cujo aumento tem sido notório por causa dos processos erosivos que têm vindo a afectar a costa, da subida do nível das águas do mar, da diminuição do areal, da gradual degradação das dunas desde os anos 1970s até recentemente.     




   Em algumas zonas do litoral a norte da cidade de Esposende as praias apresentam uma grande densidade de seixos (godos), cuja presença, embora não agradável para os banhistas que
pretendem usufruir do areal e do banho no mar, acaba por desempenhar um papel fundamental na
retenção de areia e na defesa da costa.
 

Passadiço de acesso à praia
Início do trilho pedestre pelas dunas




 


Estes trilhos pedestres também podem ser usadas para observação da fauna e da flora predominantes nesta faixa costeira.


Informação da flora típica das dunas
e do relevo e respectiva sequência das
diversas plantas
Informação das diversas actividades 
permitidas ou não nesta área
Este acesso à praia, idêntico a muitos outros não me fez prever o que me esperava ... seixos (também chamados godos) e mais seixos das mais variadas tonalidades,tamanhos e feitios!

Foi um encantamento para os meus olhos o que vi ao chegar ao fim do passadiço!!!


Esta é a ligação do areal da duna  e dos seixos
da praia através de uma planta rasteira
Visão da praia de seixos para o início da
duna, onde são notórias as diferentes plantas
Os seixos são de tamanhos variados mas
  os que se encontram junto à rebentação
são bem bem mais pequenos mas do
mesmo tipo
 

As formas e o colorido destes belos seixos
arrebataram-me!
 Tive que as fotografar mais de perto
 

Este é o cenário deslumbrante  das chamadas
Praias dos Seixos e que se estende até à Foz do Rio Neiva



   Depois foi um saltinho, de carro, é lógico, até à Foz do Neiva mas não consegui chegar à foz do rio propriamente dita, a que recordo  como tendo de carregar tudo a pé para atravessar as dunas e um extenso areal  onde o rio se encontrava com o mar espraiando-de pelas areias douradas. Agora, e já lá vão algumas décadas, a paisagem sofreu muitas alterações e o resultado é o mesmo das outras praias  dos seixos.Voltarei...
  

             





25 novembro 2013

E os Romanos também andaram por Angeiras...

Informação disponível no local
    Resolvi aproveitar uma destas belas tardes solarengas de domingo e  fazer o percurso entre Labruge e Angeiras pelo passadiço já arranjado, depois do temporal de há dois ou três  anos.  Assim pude documentar um pouco da vida que existe na foz do Rio Onda.

Mas não há bela sem senão! Do lado oposto à foz, deparamo-nos com o rio de uma cor pardacente embora translúcida e uma grande quantidade de taínhas, peixe conhecido por buscar alimento perto de descargas de esgotos, alimentando-se calmamente perto da saída de água do que eu penso ser uma pequeníssima estação de tratamento de esgotos. E pensar que há três ou quatro décadas atrás este rio estava morto!!!
O banho das gaivotas!
O festim das taínhas!
 
                                



   
                                                                                                                             
Continuando em direcção a Angeiras, meu objectivo principal era ver "in loco" as escavações realizadas na praia e que revelaram a existência de tanques usados para a salga de peixe pelos Romanos num passado longínquo dos quais tinha ouvido falar há já algum tempo num programa de televisão sobre história desta região.
 Sabe-se que uma das mais primitivas formas de conservar alimentos é através do sal, facilmente obtido em zonas costeiras e piscatórias como esta.
 
Informação no local

 






    Foram feitas réplicas do mesmo tamanho e feitio para que se preservassem as originais e dar a conhecer a dimensão do achado arqueológico.
  
   Os tanques originais foram fotografados e enterrados novamente para não se degradarem e construídas réplicas à escala e  em igual número para poderem ser visitados por todos. Apenas fotografei a informação sobre as antigas casas de mar mas existe também no mesmo local uma réplica de uma dessas casas.
Informação local
 
 
 
 

11 novembro 2013

De volta à arte!


             Saboreando a sombra,67x82cm,
             pastel seco c/ moldura

Já lá vai algum tempo desde que apresentei trabalho de pintura e isto porque a minha escolha dos temas tem vindo a ser mais exigente no sentido de me familiarisar com outros tipos de materiais. 
Assim sendo, o primeiro quadro deste ano foi pintado a pastel seco macio em barra e lápis representando um elemento importante da nossa fauna - o veado vermelho português, também conhecido por cervo.       
 
Companheiras,68x87cm,óleo c/
moldura
Este segundo quadro foi o que me levou mais tempo a pintar, por ter menos prática a usar óleo. Aprendi muito ao longo do tempo que despendi até ao momento em que assinei o quadro. Representa em primeiro plano a "leader" do grupo, a égua castanha, e a sua melhor amiga.
O trabalhar sem pressas e com atenção aos pormenores, são as minhas armas e com elas consegui vencer o medo  de falhar e, claro, ouvindo e seguindo os conselhos do professor.
A minha hipermetropia também me dificulta a tarefa de calcular as distâncias correctamente, ver detalhadamente muitos dos pormenores e nuances mas não será certamente o que me fará  desistir ...    
                                                     
Incondicional love ,70x87cm,carvão
c/moldura
E agora o meu último trabalho realizado a carvão...
 É bem verdade que ser avó é ser mãe duas vezes!

 






21 setembro 2013

Palavras para quê?

 
   Desta vez decidi mostrar algumas fotografias tiradas na minha aldeia durante as duas semanas e meia que lá passei, completamente emersa na natureza, isto é, sem ninguém da família por perto. Foi realmente muito bom andar pelos velhos caminhos da minha infância e juventude, alguns dos quais já completamente tomados pelas silvas e tojos.
   Acordar cedo, tomar o pequeno-almoço a ver o Rio Paiva lá em baixo serpenteando a serra e depois estrada a baixo até ao Mosteiro, o centro da freguesia, para tomar o meu cafezinho - a Igrejinha, o Mercadinho, o Café, o larguinho com o Coreto e o Cemitério, onde estão os meus antepassados beirões e os mais recentemente falecidos, o meu Pai e o meu irmão Paulo. Vou frequentemente lá, não só pela paisagem deslumbrante pela sua localização, mas também pela paz que me trás poder lembrar os meus entes queridos...

    A minha rede brasileira, o melhor ponto de observação.
   Mas como há sempre uma ida e volta, lá tenho que fazer o mesmo percurso a pé mas sempre a subir, o que perfaz cerca de 3 km na totalidade, e já com o sol alto. Esteve realmente muito calor e só voltava a sair pelas dezanove horas. Lá só há duas vias - ou se sobe ou se desce e vice-versa!




Palheiro em remodelação. Já foi pintado no
Quadro "Casa do Cavalo".

Indícios inegáveis de fogo florestal
A hora cansada do dia
Crepúsculo
Feitiço da Lua


 








 
O meu sobreiro magnífico e
centenário visto do cimo da aldeia.
Apesar de ser uma das espécie mais protegidas em Portugal
o meu sobreiro não escapou





Reacendimento do fogo em S.Pedro do Sul


Início da fogo na Serra do Caramulo
Um fim de dia estival com o Corvo em contra-luz
  
   






                            
Andorinha - 2 anos



Aprecio muito as coroas do milho!



Corre para tirarmos a fotografia juntos!
A pose não foi intencional, mas não consigo resistir!


Sou o Boneco, 6 anos, e este é o meu
 posto de observação favorito
Gosto muito do milho mas não resisto a
uma ramada cheia de cachos de uvas!
                                                                                               


A beleza está na forma como a natureza se reconstrói e nos proporciona fotografias como estas!A da esquerda mostra claramente que se tratava de uma ramada de uvas que emprestavam ao caminho um certo frescor. Depois do incêndio da casa, a bounganvilia de cor lilás, que abraçava a escadaria de pedra até à entrada, tombou para a frente e foi-se ajustando e segurando-se nos arames preparados para as videiras.  E o resultado foi o que fotografei neste mês  de Agosto quando me obriguei a passar pelo caminho dianta do portão da casa, ou melhor do que restou dela.E vi erguidos em meias paredes o nome da casa, - Nazaré era o nome da minha Avó paterna, o ano em que foi reconstruída pelo meu Avô Gomes com base na casa da sua família e as suas iniciais como proprietário da mesma - J. D. G.
Tenho muito orgulho de ser uma Gomes!!!





 




 




































 

 

 


12 setembro 2013

Comportamento e comunicação

Como se vê o jovem cavalo não está a perceber
o que se está a passar!
Pelo que me foi dado observar "in loco" e depois de estudar as muitas fotos de cavalos que tenho coleccionado ao longo destes quase quatro anos, comecei a perceber que, embora não falem como nós, humanos, os cavalos comunicam uns com os outros através de uma linguagem corporal bem distinta: para impedir que outro avance, o cavalo coloca-se em frente;se dá um empurrão com o ombro, demonstra uma forma de domínio mais violenta; e se apresenta a traseira, o melhor é mesmo afastar-se rapidamente porque lá vem coice!E como neste caso, as duas éguas brancas mais velhas dão todo o apoio à égua castanha, mantendo-a no seu meio e urinando simultaneamente quando esta teve o cio pela primeira vez. Depois acarinham a "leader" como agradecimento roçando os cabeções na crina da égua chefe deste grupo.


Como curiosidade, cada comunidade de cavalos tem como chefe do grupo uma égua, quer sejam selvagens ou domesticados. São muito sociáveis e não apreciam estar isolados por longos períodos de tempo.

Mas a forma mais visível e fascinante de comunicação equina é transmitida pelas orelhas!São os indicadores do foco da atenção do animal.
 
Nesta foto esta égua está sozinha, por ser "the new girl on the field".Terá  que travar conhecimento por algum tempo com as suas vizinhas... e obter a sua aceitação em qualquer dos grupos. Nesta foto reparem bem na postura da cabeça, levantada e orelhas bem afiladas, o que significa que não está receosa  e bem à vontade para se ir apresentar ao grupo que está no campo de baixo.


"Está tudo bem contigo?"
Esta é a forma normal de se cumprimentarem, de dizerem "olá", encostando os narizes e cheirando-se mutuamente.Chama-se "Nosing" em inglês. Mantêm as orelhas ligeiramente descaídas e um ar descontraído; frequentemente dão um ronco baixo, que é  um som curto, grave e descontínuo e que é de reconhecimento.


No campo de baixo correu tudo dentro da normalidade. A recém chegada foi cheirada, levou mordidinhas no pescoço, que significam afecto e carinho ( é o que os potros fazem sistematicamente no pescoço das suas mães quando são novos).





Mais tarde foi integrada num grupo mais pequeno e foi o que se viu. A Diábola ( a Chestnut) ganhou uma amiga nova!
 
Quanto à minha relação com estas éguas não podia ser melhor. Lembro-me do primeiro dia em que fui vê-las de perto, o único aviso que me deram foi:Nunca se coloque por trás pois pode levar um coice! Sou sempre recebida com alguns relinchos(que significam satisfação por reconhecer alguém e alegria) tenho que passar na inspecção- todas me cheiram do pescoço às sapatilhas e ficam sempre à espera de palmadinhas no dorso, escovadelas,que elas adoram,que lhes coce o focinho e de vez em quando de umas maçãs e / ou cenouras que arranjo numa lavradeira perto de casa.


E já agora sabem porque é que os cavalos, selvagens ou não, rolam no chão? Tal como os cães, os cavalos andam às voltas , cheiram o solo , dobram os joelhos da frente, inclinam-se ou para a direita ou para a esquerda e esfregam-se no chão lamacento , em terra batida  e/ou areia.Rolam de um lado para o outro. Levantam-se e sacodem-se e podem dar pequenas corridas. Esta camada de lama serve para os proteger de insectos, para secarem o pelo depois da chuva, também como protector solar, ao mesmo tempo que alongam os  seus músculos e coçam as suas costas. Rolar no chão também pode ajudar a mudar a pelagem de inverno para a do tempo mais quente ou apenas divertir-se!