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04 setembro 2014

Let´s go!

      Pois hoje vamos dar uma volta pelo Ameal, antigamente designado de Lugar do Ameal. Os caminhos antigos, que eram mesmo para cabras e carros de vacas deram lugar a ruas calcetadas mas que continuam estreitas, embora possam circular carros e forgonetas, mas um de cada vez.
   Vamos então seguir a seta!
   Começamos pela Rua Principal em direcção ao centro. Pelo caminho pude admirar este exemplo de casoto de xisto à face da rua e que tem muitos e muitos anos...



 
   Continuando sempre passamos ao lado do Lavadouro, junto ao poste de iluminação pública e chegamos a um largo onde esta rua se cruza com a Rua dos Canastros, onde está a minha casa. Os três canastros são bem visíveis em frente à minha casa e a rua segue até ao limite da aldeia. Sempre pela Rua Principal, vamos encontrar a Rua da Fonte, que começa aqui junto a este portão antigo.
   Neste largozito começa a Rua do Vale e era a artéria principal da aldeia. Junto a este portão, a que chamávamos, eu e as primas, O Arco do Triunfo, era local de encontro dos homens nas horas de maior calor e mais ao fim do dia os moços vinham ver as raparigas passarem com os cântaros de madeira para a fonte, pois não havia água canalisada nesses tempos. Nesses tempos o Vôvô Gomes fazia questão que bebêssemos também da água da Fonte e lá íamos nós todas contentes buscar a água, que bebíamos juntos na sacada da porta, enquanto observávamos todo aquele movimento...


Na Rua do Vale sempre existiu esta casa que obedecia à arquitectura tradicional. Na casa não havia divisões e servia também para armazemar milho; na parte de baixo havia pequenas cortes para as ovelhas e cabras. Era habitação para os caseiros da Família Teles do Mosteiro.  O carro de vacas da fotografia da direita é real e penso que ainda é usado, pois não está com aspecto degradado.
Setembro de 2011 foi a última vez que estive junto a uma parelha de vacas arouquesas, a Cabana e a Roxa,puxando o respectivo carro com feno para as vacas. Estas seguram o cabo do carro com a canga e as respectivas "molhelhas" onde esta assenta.
 
  

 
Quase em frente fica a casa da família, chamada Vila Nazareth e inaugurada em 1930. Cá está a casa original, com o Vôvô Gomes à janela e com o cipreste plantado por ele e que durou muitos anos até que foi atingido por um raio e teve de ser cortado.Ainda me lembro bem de ouvir a chilreada dos pardais ainda madrugada e que o meu irmão Paulo tentava matar com uma espingarda de chumbos para a Vóvó Nazareth fazer um arrozinho dos ditos!!!


Aqui vemos os trabalhos de restauração da casa e já com a placa com a data e iniciais originais por cima da porta principal.
        
 
 
 



   Pegada à casa da família, está outra das casas sempre presentes nas minhas memórias de criança e adolescência. A casa do Ti Manel de Baixo, amigo de infância do Vôvô Gomes. Era assim chamado porque a casa parecia que estava por baixo , embora as duas ficassem à face do caminho, desculpem, da Rua do Vale, na verdade aquela ficava desnivelada. E hoje vive lá uma sobrinha, a Rosa de Baixo...  Nesta esquina começa a Rua dos Canastros que sobe até ao cimo da aldeia.
 
 
 
    Seguindo adiante passamos por muros e ramadas de uvas americanas, ainda abundantes por cá, por darem muitas uvas, logo mais vinho, mas sem qualidade nenhuma.
  Este tipo de videira foi importada dos Estados Unidos para ser enxertada nas vinhas do Douro para as reabilitar  depois da Filoxera dos princípios do Século XX, que quase acabou com a produção do Vinho do Porto nessa época.

   Estas escadas primitivas ainda cá estão mas penso que já ninguém se arrisca a usá-las, mas era comum encontrar este tipo de degraus entre diferentes leiras nos campos , porque a aldeia está situada na encosta, logo é tudo desnivelado.
   Curiosamente, sempre que passo aqui "vejo" o Ti Manel de Baixo", já muito velhinho e quase cego,vestido com o tradicional fato de linho castanho e camisa de linho branca e boné e apoiado na sua sachola e que nos dizia sempre para termos cuidado com os sapos, pois o caminho original estava sempre alagado com as águas para regar.


   Já quase no fim da Rua do Vale e perto da casa do falecido Manuel Duarte, parente afastado, esta perspectiva tem como pano de fundo as faldas da Serra de Montemuro, que hoje está "florestada" de heólicas!!!


 

  

     Dentro do mesmo tema aqui fica a fotografia do meu último trabalho a pastel seco, e que se chama Cabana, a mesma vaca da fotografia do carro das vacas, a que está em plano mais próximo,  de raça arouquesa, e que serviu de modelo  numa fotografia tirada  em 2011.

Cabana, pastel seco






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