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22 abril 2014

E o Porto aqui tão perto...1ª Parte

 
    É verdade, o Porto está mesmo ao alcance de qualquer um que queira e saiba apreciar a sua antiguidade... Desta vez aproveitei ontem à tarde, visto que as previsões de chuva não se confirmaram, e sem me preocupar muito com o meu itinerário, resolvi começar pela zona do Hospital de Sto António e ir seguindo os meus palpites.
   No Jardim da Cordoaria, devendo-se este seu nome popular à presença de muitos cordoeiros durante dois séculos, apreciei as esculturas em ferro , as muitas gaivotas a tomar banho nos pequenos lagos e os vetustos plátanos agora repletos de folhagem nova.
   Seguiu-se a icónica Torre dos Clérigos, ainda com alguns melhoramentos a decorrer e que curiosamente tinha a porta aberta, talvez por ser Domingo de Páscoa.
   Não pude deixar de fotografar a famosa fachada de não menos famosa Livraria Lello&Irmão e só depois é que fui calmamente andar no " Passeio das Oliveiras".
   Senti-me uma verdadeira turista, porque aquele espaço era a antiga Praça de Lisboa, que eu ainda conheci como tal e este espantoso Jardim com 50 oliveiras, com aparência de terem muitos anos,veio mesmo renovar esta zona. Aqui vão algumas fotografias do que vi.
Fachada lateral do primitivo hospital
Jardim da Cordoaria









Torre dos Clérigos
 


Uma das estátuas em ferro
Livraria Lello&Irmão


Jardim das Oliveiras
   
Jardim das Oliveiras
   E então começou veradeiramente a minha aventura turística. Dirigi-me para o edifício da antiga Cadeia da Relação do Porto, hoje Instituto Português de Fotografia, pensando poder ver a exposição lá patente, mas como era domingo, logo, estava fechado. Fotografei o Chafariz e preparei-me para começar a descer... ainda a propósito desta Cadeia, teve alguns presos famosos como Camilo Castelo Branco e a sua amante Ana Plácido, por adultério, e o famoso Zé do Telhado, uma espécie de "Robin dos Bosques português"- roubava aos ricos para dar aos pobres...assim dizia o povo.

Impressionante gradeamento das janelas da Cadeia
Chafariz no Edifício da Cadeia

    Continuando a descer a Rua de São Bento da Vitória deparei com a belíssima fachada da Igreja do Convento de São Bento da Vitória cuja informação histórica é esta.
Igreja e Convento de São Bento da Vitória
Informação local
Pormenor da Porta da Igreja
 
   Esta zona  e grande parte da freguesia da Vitória fazia parte da antiga Judiaria do Olival que desapareceu nos finais do Século XV; a sua antiga Sinagoga foi descoberta na Rua de São Miguel, junto às Escadas da Esnoga, (talvez tenha a ver com a palavra sinagoga, fronteira com a freguesia de S. Nicolau. O livro de Richard Zimmler Meia Noite ou O Princípio do Mundo retrata a vida de uma família judia desta judiaria do Porto, a Judiaria Nova ou do Olival, antes de fugirem para o Novo Mundo... Depois de o ler despertei para a história deste burgo medieval!  Este livro,sem dúvida, será a minha leitura de verão pela segunda vez!                                            




Colocada na parede do Convento
 Esta placa em mármore preto recorda exactamente todos os que morreram às mãos da Inquisição em Portugal!
  









Ao fim da rua existe outra igreja - Igreja de Nossa Senhora da Vitória, quase em frente ao cruzamento com a Rua de S. Miguel.
 
              

    No cruzamento destas duas ruas, fiquei fascinada com a primeira casa que vi, o Nº4, do Século XVII! Toda coberta de painéis de ajuleijaria portuguesa do Século XIX, mostram cenas da vida de Nossa Senhora e do quotidiano.
O Nº 4 da Rua de S. Miguel
Pormenor de alguns painéis de ajuleijos
portugueses


Pensa-se que estes painéis foram retirados do Mosteiro de S. Bento da Vitória para evitar a sua destruição durante o Cerco do Porto. 
  Imagens que mostram o contraste das casas dos Séculos XVII a XIX desta rua recuperadas e muitas ainda em estado decadente.
 
               



  Antes de seguir pela Rua de S.Miguel fui até um mirantezinho mesmo no fim da rua. A paisagem é magnífica para qualquer lado que olhemos.
   Mas tenho que ficar por aqui... a 2ª Parte deste passeio turístico sem guia seguir-se-à!

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